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terça-feira, 9 de março de 2010

Para aqueles que pretendem julgar os pecados alheios


Um dos monges do mosteiro de Sceta cometeu uma falta grave, e chamaram o ermitão mais sábio para que pudesse julgá-la. O ermitão se recusou, mas insistiram tanto que ele terminou por ir. Antes, porém, pegou um balde e furou-o em vários lugares. Depois, encheu o balde de areia e se encaminhou para o convento.

O superior ao vê-lo entrar, perguntou o que era aquilo.

- Vim julgar meu próximo _ disse o ermitão.
-Meus pecados estão escorrendo atrás de mim, como a areia escorre deste balde. Mas, como não olho para trás, e não me dou conta dos meus próprios pecados, fui chamado para julgar meu próximo!

Os monges desistiram da punição na mesma hora.

Lágrimas ainda vão descer... mas me manterei firme quanto a minha verdade.


Com certeza eu ainda não tenho a maturidade suficiente para entender o índice da maldade alheia e ainda me desespero, choro e me sinto mal quando sou atingida pela crueldade dos outros... eu vivo tentando acreditar na bondade das pessoas, sempre agindo segundo o preceito de que gentileza gera gentileza, mas ao tentar ser educada com alguém eu acabei invadindo a mente doentia de alguém muito cruel que passou uma madrugada pensando em como se vingar de mim por eu ter tido a maturidade de tentar conversar em vez de ignorar um problema desagradável quando ele apareceu... ser difamada por alguém doente e maldoso pode até doer muito e causar danos irreparáveis, minha vó sempre me disse "você pode ser uma pessoa íntegra a vida inteira, mas se você cometer um erro durante a vida, você irá passar o resto dela tentando conquistada a boa imagem que tinha... algumas vezes você morre sem provar que um deslize não é o fim de um bom caráter."

Assustada e transtornada, eu tentei me acalmar para então decidir o que fazer... vou dar um tempo, vou recorrer a memória curta das pessoas, querer mostrar provas de que sou inocente só prolongará a humilhação passada, por mim e quem estava envolvido.

Recorrendo ao livro Maktub (coisa boba que sempre faço nas horas de bloqueio mental) eu apendi duas coisas hoje:

- Viva as coisas no momento certo, saiba esperar o momento de vivê-las e não tente viver o momento que já passou.

- Acreditar que Deus escreve certo por linhas tortas.

"Senhor, que esta vela que acabo de acender seja luz e me ilumine em minhas decisões e dificuldades. Que seja fogo para que Tu queimes em mim o egoísmo, o orgulho e as impurezas. Que seja chama para que Tu aqueças me coração e me ensines a amar. Eu não posso ficar muito tempo em tua igreja. Mas, deixando esta vela, um pouco de mim mesmo permanece aqui. Me ajuda a prolongar minha prece nas atividades deste dia. Amém."

Não é o que nos dá certeza.
Não é o que nos dá profundidade.
Não é o que nos faz melhor que os outros.
Não é o que nos mantém na prisão dos preconceitos.
A verdade é o que nos faz livres.